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quinta-feira, 15 de novembro de 2007

BIODIVERSIDADE DO BIOMA CERRDO
O termo biodiversidade ou biodiversidade biológica refere-se à variedade de vida existente na Terra. Abrange a variedade de espécies de flora, fauna e microorganismos, de funções ecológicas desempenhadas pelos indivíduos e a variedade de comunidades, habitats e ecossistemas formados pelos organismos. Portanto, a biodiversidade refere-se tanto ao número de diferentes categorias biológicas quanto à abundância relativa dessas categorias.
Comunidade é um conjunto de todas as populações de organismos existentes numa determinada área. Por exemplo: a comunidade vegetal do Cerrado.
O termo hábitat refere-se ao lugar ocupado por um organismo ou no qual a espécie é nativa. Esse termo estabelece o local e as condições ambientais para o estabelecimento de um organismo. Por exemplo, o hábitat do lobo guará é o Cerrado.
O termo ecossistema é usado para um conjunto de relações entre as comunidades, que são diferentes populações de indivíduos, e seu meio ambiente.
Bioma é uma comunidade biótica que se caracteriza pela uniformidade fisionômica da flora e da fauna que a formam e se influenciam mutuamente.
O Brasil é considerado como um dos países de maior diversidade biológica por abrigar cerca de 1,5 milhão de espécies, entre vertebrados, invertebrados, plantas e microrganismos que representam aproximadamente 10 % das espécies existentes no planeta. Toda essa riqueza biológica está distribuída nos diferentes ecossistemas florestais, não florestais, aquáticos, montícolas, costeiros e marinhos existentes no País.
O Cerrado é o segundo maior bioma brasileiro. Ocupa uma área de aproximadamente 1,8 milhão de km2, ou seja, cerca de 21 % do território nacional e corta diagonalmente o País no sentido nordeste-sudoeste .A área central do Cerrado limita-se com quase todos os biomas, à exceção dos Campos Sulinos e os ecossistemas costeiro e marinho. Existem também porções de Cerrado na Amazônia, na Caatinga e na Mata Atlântica (por exemplo, na região de Barbacena, MG). Tais áreas são remanescentes de um processo histórico e dinâmico de contração e expansão das áreas de Cerrado e de florestas, provocado por alterações climáticas ocorridas no passado.
Nesses processos de contração e expansão do bioma, houve grande enriquecimento de espécies no Cerrado a partir de contribuições dos biomas vizinhos, que tornou rica a biodiversidade biológica do Cerrado. Por exemplo, cerca de 82,6% do número estimado de espécies de aves desse bioma são dependentes, em maior ou menor grau, das áreas florestais da Mata Atlântica e da Amazônia. Essas aves provavelmente invadiram o Cerrado pelas porções sudeste e noroeste. Mais de 50% das espécies de mamíferos terrestres não voadores do Cerrado estão associados às Matas de Galeria e estudo mais recente, incluindo morcegos e formas semi-aquáticas e aquáticas, revelaram que esse número pode ser muito maior, chegando a 82% das espécies de mamíferos que mantêm alguma associação com as Matas de Galeria e que correspondem à parte dos ambientes florestais existentes no Cerrado. Existe um mosaico de formações vegetais que variam desde campos abertos até formações densas de florestas que podem atingir os 30 metros de altura
Entretanto, a dinâmica savana-floresta também ocasionou a perda de espécies como aconteceu na fauna de mamíferos, que era mais diversificada do que a atual. Várias e magníficas espécies pastavam no Cerrado até bem recentemente. Durante o último período glacial, entre 12 e 20 mil anos atrás, mamíferos como Eremotherium laurillardi (um tipo de preguiça-gigante) ou Haplophorus euphractus (um grande tatu) ou ainda Toxodon platensis (um animal assemelhado ao rinoceronte) , desapareceram no Brasil. Hoje, o maior mamífero encontrado é a anta (Tapirus terrestris) que não é restrita a esse bioma.
Mesmo considerando essa diminuição na diversidade biológica, que provavelmente também afetou outros grupos, a riqueza de espécies no Cerrado ainda é muito expressiva, podendo representar em média 33 % da diversidade biológica do Brasil.